<i>Jackpot</i> no subsolo
Os EUA confirmaram a existência de reservas minerais milionárias no Afeganistão e preparam o saque daqueles recursos naturais.
«O Afeganistão é a “Arábia Saudita do lítio”, diz o Pentágono»
Os depósitos inexplorados no subsolo afegão incluem gigantescas quantidades de ferro, cobalto, cobre, ouro e, sobretudo, lítio, um metal fundamental na produção de baterias para telemóveis e computadores portáteis.
Um relatório do Pentágono, baseado numa pesquisa efectuada por geólogos ao serviço do governo de Washington, afirma mesmo que o país é a «Arábia Saudita do lítio», podendo as jazidas ultrapassar as conhecidas na Bolívia, maior produtor mundial daquele bem.
Apesar da instalação de uma indústria de mineração ser um processo relativamente moroso, o entusiasmo norte-americano é enorme face à perspectiva de grosso lucros que o saque dos filões deixa antever.
A Casa Branca já estará mesmo em campo para assegurar que os recursos naturais não são explorados por companhias de outras potências económicas, nomeadamente da China, que actualmente explora uma mina de cobre no Afeganistão.
Empresas multinacionais estão a trabalhar com as autoridades fantoche afegãs e funcionários norte-americanos elaboram um projecto de concurso internacional para a concessão do jackpot.
Neste contexto, é muito provável que o conflito se agudize no Sul e Leste do país, junto ao vizinho Paquistão, onde se situam grandes reservas. Este dado indicia que os EUA já conheciam o potencial do subsolo afegão, uma vez que é nas regiões fronteiriças com o Paquistão que se concentra o fundamental da nova estratégia de combate «anti-talibã» anunciada por Obama.
Os estudos terão começado em 2004 quando a equipa norte-americana descobriu antigos mapas geológicos elaborados por especialistas soviéticos. Posteriormente, cerca de 70 por cento do território foi analisado, confirmando o maná e, pretensamente, motivando a alteração da estratégia ocupante.